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domingo, 13 de novembro de 2011

Estudantes de música participam de oficina de reparo de instrumentos


Da Redação
Agência Pará de Notícias

Eunice Pinto/ Ag. Pará
A oficina de reparo e manutenção atrai o interesse de alunos de música de 30 municípios paraenses

Uma das oficinas mais procuradas na programação do projeto Painéis Funarte de Bandas de Música, que acontece até domingo (13) no município de Ponta de Pedras, no Arquipélago do Marajó, é a de Reparo e Manutenção de Instrumentos de Sopro, ministrada pelo paulista Daniel Tamborim. A oficina mobiliza os participantes do projeto, oriundos de 30 municípios paraenses.



Técnico em instrumentos musicais de sopro, Daniel é o único profissional do ramo no Brasil e um dos poucos da América do Sul que possui essa formação, com especialização em clarinete e saxofone. Ele integra o seleto grupo de estagiários de ateliers das maiores fábricas de instrumentos musicais do planeta, e ministra cursos no projeto Painéis Funarte desde 2007, em várias cidades.


Nesse primeiro trabalho realizado no Pará, Daniel disse ter ficado “agradavelmente surpreso” com o nível de conhecimento da maioria dos alunos. Segundo o instrutor, os participantes absorvem com rapidez as informações e praticam diretamente com os instrumentos.


Além dos municípios do Marajó, os alunos moram em outras regiões do Estado, e têm em comum o amor pela música. O clarinetista Almir Meireles, um dos participantes da oficina, mora em Cachoeira do Arari e integra a Associação Musical João Viana. Delaian Gemaque e Ivaldo Pamplona são de Santa Cruz do Arari e participam do programa de educação musical da Fundação Amazônica de Música, onde aprimoram os conhecimentos em percussão e flauta. Eles escolheram a oficina de Reparo e Manutenção devido à dificuldade encontrada para consertar seus instrumentos quando há necessidade. Com as informações recebidas na oficina, eles não terão mais esse problema e ainda poderão ajudar outros músicos.


Segundo o instrutor, para lidar com o instrumento é preciso conhecê-lo muito bem, regra que se aplica também ao conserto. Numa região quente e úmida, os cuidados devem ser redobrados, já que a umidade mantém a madeira intacta, mas também propicia o aparecimento de fungos. “É necessário cuidar do instrumento, não deixar de praticar e saber guardar com o cuidado necessário para preservá-lo”, ressaltou Daniel Tamborim.


Ele começou a oficina ensinando como desmontar cada instrumento, identificar o problema e até o modo mais adequado de segurar as ferramentas, a fim de obter melhores resultados. Jordana da Veiga, flautista da Banda Sinfônica da Fundação Carlos Gomes, disse que aprendeu a valorizar ainda mais “a minha flauta transversal quando a desmontei”.


Valorização - Na primeira vez que o Projeto Painéis Funarte de Bandas chega ao Pará, o município de Ponta de Pedras não foi escolhido por acaso para sediar o evento. A escolha valoriza o trabalho desenvolvido pela Associação Musical Antonio Malato, que fomenta a formação musical na cidade. Fundada em 2 de maio de 1981, a Associação foi conveniada por muitos anos à Fundação Carlos Gomes, de quem recebeu apoio técnico e pedagógico para a escola de música que mantém, junto com os músicos associados que formam a banda.




Ponta de Pedras sedia o terceiro encontro do projeto em 2011 – os outros dois aconteceram nos Estados da Paraíba e Minas Gerais, em agosto e setembro, respectivamente. O evento reúne músicos atuantes em centenas de bandas espalhadas pelo país, a fim de atualizá-los e capacitá-los por meio de troca de informações e práticas instrumentais, ministradas por músicos experientes.


Com cerca de 27 mil habitantes, Ponta de Pedras se preparou para receber o projeto Painéis Funarte de Bandas. Nas ruas, flâmulas com frases de agradecimento à Funarte e ao governo do Estado/Fundação Carlos Gomes, colocadas nos postes, desde o píer de acesso à cidade, e ainda nas praças, mostram a importância que o evento tem para os moradores. Todos os caminhos levam à Escola Estadual de Educação Fundamental e Médio Dra. Ester Mouta, ao Centro Cultural Bertino Boulhosa e à sede da Amam (Associação Musical Antonio Malato), onde acontecem os eventos da programação.


 Maria Christina – Fundação Carlos Gomes

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